Cap 1 - Dia esquisito…



Eu passo 10% do meu dia tentando me entreter com qualquer coisa engraçada que eu encontro na internet, mais 5% conversando com algumas pessoas via MSN, mais 5% com coisas necessárias como banho, chapinha, alimentação, compras, etc... Os 80% que me restam eu dedico totalmente ao meu trabalho de investigadora na Policia Federal. Sou investigadora de policia há 5 anos e posso dizer sem modéstia alguma que sou a melhor no meu setor. Em 5 anos solucionei todos os casos que me foram entregues quase que em tempo Record. Sem surtar, sem me envolver e sem ganhar uma promoção, o que é a parte chata até agora.
Não é muito difícil trabalhar em um setor como esse, casos complicados são raridade a maioria acaba caindo nas mãos da Policia Civil. Então eu passo quatro dias da semana agüentando meu “queridíssimo” chefe baixinho e gordinho que usa uma peruca preta ridícula que contrasta visivelmente com sua sobrancelha grisalha. Apesar dessas características pitorescas, Dr. Humberto Casa Nova era um bom chefe, apenas não tinha senso de moda capilar, senso de humor e de que ao entrar numa sala ele deveria bater, mesmo na sala de subalternos, só por educação. Nos outros dias da semana eu descansava, lia processos, falava com minha Tia Nora, malhava...
Na segunda-feira eu acordei cedo para viver minha rotina, peguei o carro dirigi até o prédio da Policia, cumprimentei meus colegas e entrei na minha sala.
Eu me sentei na cadeira e observei a paisagem pela janela, havia momentos da minha vida em que eu me sentia em um filme e esse era um desses momentos. Uma sala ampla, uma paisagem, nenhum caso novo... Sempre quando tudo fica silencioso de mais é por que o caso que ocupará o vazio será um dos bons. Encostei a cabeça nas costas da cadeira e olhei o porta retratos na mesa, a sorridente tia Nora em um dos seus dias de sol, ela era minha única família afinal minha mãe Amanda havia morrido no parto que me trouxe ao mundo, há 14 anos eu perdi minha irmã e um ano depois meu pai...Passado trágico e doloroso, mas meu presente é perfeito, sou a investigadora do ano, tenho uma vida independente e em breve posso pensar em promoção! Isso realmente me deixa bem mais animada!
- Enya prepare suas coisas vamos a uma cena de crime! – Me sobressaltei quando o meu chefe entrou na minha sala sem bater (como sempre ¬¬) e jogou na minha mesa as chaves do Hyundai Veracruz, usado apenas quando ele está dentro e precisa-se despistar repórteres e curiosos. O fato de um delegado me deixar dirigir um carro como aquele não era de se estranhar, mas o semblante do chefe era. E além do mais, nós não íamos a cenas comuns de crimes, meu local de investigação era dentro do prédio da Policia Federal.
Me levantei de um salto, peguei meu coldre axilar já armado e o acompanhei apressadamente.
-         Qual o problema Delegado? – Descemos a escada do prédio no mesmo passo.
-         Eu também não sei, fomos chamados pelo Departamento Técnico, o caso deve ser mais complexo do que se parece.
Entramos no carro, eu pus o cinto e preparei meu estomago, certamente coisa boa não íamos ver.
-         O crime foi em um prédio no centro da cidade, no cruzamento entre as ruas Maria Freitas e a Ex-Combatentes. O suspeito ainda está lá, foi pego em flagrante ainda com a arma na mão.
Eu considerei os fatos enquanto dirigia aquilo realmente estava ficando ainda mais estranho. Deslocar um delegado Federal em um carro ocultado propositalmente, para uma cena de crime onde o assassino foi pego com a “boca na butija” das duas uma: o morto é alguém importante ou o assassino é alguém importante.
-         Quem é O importante?
-         Nem eu mesmo sei, me ligaram do alto escalão, pediram sigilo absoluto e que apenas você fosse levada a cena. Eles disseram que deveria ser a melhor para cuidar disso.
Na mesma hora me deu frio na barriga! Minha mente gritou: caso resolvido e promoção à vista! Promoção à vista! Acalmei meus ânimos e impedi minha boca de se abrir em um sorriso de contentamento. Se o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal percebeu e disse que sou a melhor para cuidar de casos importantes, ele também deverá reconhecer que uma “promoçãozinha” não fará mal algum...
Estacionei o carro na única vaga da rua, não havia curiosos ainda e nem repórteres, seria bom limpar a sujeira logo antes que eles chegassem.
Havia um pequeno prédio do outro lado da calçada e na porta dele dois policiais federais sem uniforme, certamente se eles queriam afastar possíveis curiosos não era dessa maneira que conseguiriam. Tem coisa mais estranha que dois homens fortemente vestidos de preto no calor infernal 35ºC parados na porta de um prédio comum? Não era preciso ser investigadora para saber que havia algo estranho.
-         Enya, mesmo estando comigo, aqui você manda. – Delegado Humberto me disse antes que nos aproximássemos dos policiais.
-         Obrigada. – Eu falei a boca pequena, tudo bem que eu era um pouco convencida com meu trabalho, mas, sempre ficava meio envergonhada quando alguém me dizia algo do tipo: “manda ver, aqui você manda...etc ”, porém era o meu trabalho e por razões maiores eu precisava ser a melhor no que fazia.
-         Gostaria que vocês fossem mais discretos caso contrário logo alguém vai chamar os repórteres. – Eu disse aos dois homens parados na porta. Eles acenaram e entraram conosco no prédio
Por dentro o prédio era muito luxuoso, tudo feito em mármore, e detalhes cromados, aquilo não era normal para aquela parte da cidade, e além do mais o mesmo prédio por fora parecia comum. Dia esquisito, caso esquisito... Algo errado por aqui.
No segundo andar do prédio havia mais policiais armados, fita de isolamento, mas sem pessoas em volta, peritos e o delegado local que nós já conhecíamos. Dr Bento. Ele nos cumprimentou e me em uma sala onde um homem estava estirado no chão. Peguei meu bloco de anotações e descrevi o falecido, tiro na cabeça, sem mais escoriações visíveis pelo corpo...
-         Nós encontramos o meliante armado ainda aqui, ele não estava levando nada do cara. Então afastamos a hipótese de latrocínio.
Eu continuei observando tudo com cuidado.
-         O assassino, vocês já o levaram daqui? – Eu perguntei enquanto percebia que não havia marcas de luta pela sala nem arrombamento na porta. Quem matou era conhecido da vitima.
-         Não, ele está no quarto algemado até os dentes com dois agentes federais.
-         A vitima? Quem era? – Eu olhei novamente o corpo sendo observado pelos peritos.
-         Um homem comum aparentemente. Analista de sistemas 24 anos, solteiro, sem passagem pela polícia. Gustavo Passos Bahia. Nem o nome é familiar.
Eu passei novamente os olhos sobre a vitima, mas continuei sem entender nada. Afinal por que estávamos aqui? Olhei para o meu chefe e percebi que ele também estava se fazendo a mesma pergunta.
-         Dr. Bento, por que fomos chamados? – Eu perguntei me sentindo impaciente por dentro, parecia que eu ia perder o dia hoje.
-         Me dê um minuto agente Enya. Diva me traga o instrumento de trabalho do nosso homem. – Ele se dirigiu a uma perito que estava na porta nos observando. Ela saiu da sala e depois entrou novamente com algo devidamente embalado e etiquetado como é normal dos peritos. – Observe bem Agente Enya, você já viu uma dessas andando livremente por aqui? Peguei o objeto e vi uma pistola, mas não era uma pistola comum, definitivamente era a pistola.
-         O que um assassino aparentemente comum faz com uma FN Five-seven USG com uma luz tático? – Eu perguntei.
-         Ele não fala nada, absolutamente nada. – O delegado Bento informou.
-         O que tem de mais nessa arma? – Meu chefe perguntou e eu tive de conter a vontade de revirar os olhos.
-         Essa arma não é de uso comum, nem mesmo pelo crime organizado. Ela é usada no combate a grupos terroristas e pelo pessoal da OTAN, além de perfurar coletes a prova de balas. Esse assassino não tem nada de comum. Quero vê-lo.

Eles acenaram e me levaram ao quarto em que o tal cara estava. O caso estava começando a me animar de novo!

9 comentários:

Uaal estou realmente animado com essa história!! Espero que a continuação venha logo! xD Parabéns Carol!!! Tá perfa *---*

Asssim como o leitor acima estou animado para ver a continuação!!! Quando haverá novas postagens???

Lunaaaaaa, que massa esse primeiro capitulo, já tou super curiosa pra saber como é esse assassino e qual o misterio da morte desse caraaaaa!!! Quero mais Paper Gangsta!!!

Hey garota da luaaa, Luna Lunazita! Em meio a correria do dia dia aqui na cidade maravilhosa eu leio seu blog fiquei animado ao ver a postagem do primeiro capitulo! E tb quero mais paper gangsta!

Muitoo bom o primeiro episodio... não demora pra por mais !! Plis!!! Tou na leitura!

Olá querida, gostei do template usado e da ideia! Estarei visitando sempre que puder! Um abraço meu e de todo o pessoal de Brasilia!!

Claudia T. Rabelo disse...

Como vai querida, faz algum tempo que não nos vemos! Divulgarei seu blog, precisamos combinar algo para o pessoal de Brasilia! Um grande Abraço!

Pedro Norona Bivar disse...

Olha farei uma reclamação aqui: você está muito ausente, todos estamos querendo lhe ver não é por que estamos em Brasilia que vamos nos afastar hein garota! Ah proposito estou gostando muito da criatividade, da historia... de tudo!

A mente brilhante e criativa sempre em movimentação! Carol Luna farei com que todo o pessoal meu aqui de Brasilia leia o seu blog, está fabuloso, A historia está muito instigante espero o segundo cap/episodio! Um abraço meu e de toda a equipe que você conhece bem!